segunda-feira, setembro 25, 2006

 

Funeral de um lavrador


Diego Rivera

Funeral de um lavrador
Chico Buarque, sobre poema de João Cabral de Mello Neto

Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada não se abre a boca



Comentários:
LINDAS PALAVRAS REGADAS POR UMA IMAGEM POÉTICA:)
BEIJO VAGABUNDO
 
O Texto é muito bonito. A tela também. Diego Rivera... lembrei-me ainda agora, por acaso não foi marido de Frida Khalo??
 
Oi cheguei aqui e não sei como, mas, cheguei, viu? kkk Bom essa música do Chico dispensa qualquer comentário, nos remete aos anos de chumbo aqui no Brasil. A tela ela por si só fala! Demais esse blogue.

abraços,
O Sibarita
 
Muito denso muito pesado, esta imagem que tirei do meu primeiro retrato do teu blog é verdadeira ou da próxima vez que voltar aqui posso ter espirito para tentar fazer-te rir?

Um beijo para a mariana e outro para o Bigmac,

Bigmac
 
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